APIACEAE

Eryngium eriophorum Cham. & Schltdl.

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Eryngium eriophorum (APIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

141.212,14 Km2

AOO:

76,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre no Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Corrêa; Pirani, 2005); entre 850-1.000 m de altitude (Mathias et al., 1972).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>Eryngium eriophorum</i> é uma espécie campestre com distribuição geográfica razoavelmente ampla no domínio da Mata Atlântica. Ocorre em pelo menos uma unidade de conservação (SNUC) de proteção integral.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie é facilmente reconhecida pelos capítulos azuis e folhas paralelinérveas terminando em ponta obtusa. Nome popular: "caraguatá-ciperáceo" (Mathias et al., 1972).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A espécie possui potencial ornamental (Mathias et al., 1972).

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica, Pampa (Campos Sulinos)
Fitofisionomia: Campos sazonais de solos rochosos, úmidos durante a estação chuvosa e secos durante a estiagem (Mathias et al., 1972).
Habitats: 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 4.6 Subtropical/Tropical Seasonally Wet/Flooded Lowland, 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland
Detalhes: Erva perene, que habita campos sazonais de solo rochoso. Fértil de janeiro a maio (Corrêa; Pirani, 2005).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A área total de Campos no Sul do Brasil era 18 milhões de ha, ao passo que em 1996 a área estava em 13,7 milhões de ha (i.e. 23,7% da área total dessa região), sendo 10,5 milhões ha no Rio Grande do Sul (área total: 28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina (área total: 9,6 milhões ha) e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhões ha). Um decréscimo de 25% da área total dos campos naturais ocorreu nos últimos 30 anos devido a uma forte expansão das atividades agrícolas. Houve um aumento significativo na produção de milho, soja e trigo, o que se deu às custas dos campos naturais, além da produção de arroz. Atualmente os três Estados da região Sul do Brasil produzem 60% do arroz no Brasil. O cultivo de árvores exóticas tem recebido muitos incentivos, tanto das indústrias privadas quanto do governo, para a produção de celulose principalmente. Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro, áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas em plantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturas não permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamente os danos causados por esta atividade. Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres. A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas. Apesar da alta produtividade e potencial forrageiro de muitas espécies nativas, elas não são exploradas comercialmente e as pastagens cultivadas são produzidas principalmente com espécies exóticas. Outra forte ameaça é o sobrepastejo, que possui conseqüências negativas para a cobertura do solo, facilitando a degradação em regiões com condições de solos vulneráveis, acelerando o processo de erosão. Apenas 453 km² dos Campos Sulinos estão protegidos em unidades de conservação (SNUC) de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5% da área total desta formação vegetal. A maior parte deste percentual está nos mosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparados da Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC) (Overbeck et al., 2009).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
O Estado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha) de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, o bioma no Estado representa cerca de 18% do remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreas protegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas (favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária, mineração, extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição da água, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes à conservação dos remanescentes da Mata Atlântica no Estado de São Paulo (Costa, 1997).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Citada como "Extinta" (EX) na Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
Encontrada na Estação Ecológica Itapeva, Itapeva - SP (CNCFlora, 2011).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Confecção de ferramentas e utensílios
​Utilizada na produção de Arte Floral no Rio Grande do Sul (Stumpf et al., 2007).